Ansiedade não é esperar por um telefonema

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Dormia e me remexia na cama. Pensava: eu deveria estar a dormir melhor… Estou com sono, quero dormir. Será ansiedade? 


Me reviro, me reviro e começo a despertar aos poucos. Olhei para o relógio, eram 5h, 5h30, 6h, 7h, 8h, 9h Mas como, se fui dormir às 4h? Lembrei que cheguei um pouco alegre. Voltava a tentar dormir, não conseguia.

Fui ficando com frio, e pensamentos não saíam da minha cabeça. Coração acelerado… Decidi levantar-me às 10h30 e tomar um banho. Pensamentos: Quando terei uma vida melhor, como sempre sonhei? Como esperava que a minha vida estivesse quando atingisse esta idade?

O que já fiz até hoje? Em termos profissionais, por relacionamentos, pelos amigos, pela família… Porque estou a escolher este caminho? - Porque me faz feliz, faz-me acreditar no agora. E se tivesse escolhido outro caminho? Não conseguiria estar realizada como estou a sentir-me agora, aos poucos… Estou segura de mim mesma! Será desta que serei feliz?

Quero continuar a viver, sonhar, voar, voar contigo… Quero conquistar o mundo, quero conquistar-te a ti.

Mas se tivesse escolhido o caminho mais fácil, seria eu feliz, sem me intrigar? Meu coração não desacelera quando estou contigo e a pensar em ti quando não estou. Quando foi que te perdi? E agora que te encontrei, não te quero deixar.


Não se pode confiar em quase ninguém. Confio em ti e mais umas poucas pessoas. Algumas desapontaram. Existem pessoas que não têm valores. Quando virei uma pessoa tão realista? Por causa dos sofrimentos do passado, cansada de sofrer…

Haveria liberdade nos céus? O que há depois daqui? Não, não quero morrer. Quero encontrar a felicidade aqui. Aqui. E aqui. Vou ouvir uma música. E assim os pensamentos ficam num modo automático de viver, pensar e questionar.

Quando sai do banho, tentava ver o mundo como algo a que pertenço e a busca por um dia se iniciava. Afinal, de que adiantava pensar tanto? Sonhava com uma vida num lugar paradisíaco, numa rede e um copo de café. Ah não, desta vez, chá, porque café incita a ansiedade.

Esta foi uma viagem dentro da cabeça de uma ansiosa por uma noite.
Autor: Rita Nóbrega

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